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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A grade

"A grade.
Agrade.
Agrade sem parar na grade.
A grade não me agrada.
Aguarde.
Guarde-a.
Agradeça."
(Alberto Lazzaroni)

sábado, 20 de outubro de 2012

Ver ou não ver: eis a questão!

Me inspiro em Shakespeare pra tentar entender o que aconteceu ontem à noite. Ou melhor, durante o dia inteiro.

Não se falava em outra coisa que não fosse o capítulo final da novela Avenida Brasil. Me senti um verdadeiro ET pois não sabia o que dizer já que não assisti a nenhum capítulo. Ah, e falo isso sem nenhum grau de metidez, tipo "eu sou o bom, eu não assisto novela, eu sou intelectual, etc e tal". Nada disso.

Não quero entrar no mérito se novela faz bem ou mal pra saúde. Acredito que, como outras coisas na vida, é uma questão de gosto. Eu mesmo, durante um período da minha vida, assisti a muitas novelas.

Atualmente não me ligo mais (talvez até seja também em função de trabalhar e estudar no período da noite, o que torna difícil acompanhar o dia-a-dia da trama). Em contrapartida, me ligo em outras coisas que, pra quem não gosta, também seriam motivo de críticas.

O que me deixou intrigado (e estou até agora) foi ter saído de casa durante a exibição da novela e perceber que a cidade estava parada. As ruas desertas. Atravessar a Roberto Silveira ( a maior avenida daqui de Niterói) com o sinal aberto para os carros, era tarefa facílima. Bares fazendo promoção e colocando telões pra galera não perder a novela. Parecia final de Copa do Mundo.

Cheguei ao bar onde rolaria um show de uma banda de amigos e o local estava vazio. As pessoas só foram chegando ao término da novela. Desnecessário dizer que o show também só pôde começar a partir daí, né?

Que a Rede Globo é uma potência, isso eu já sei há muito tempo. Agora, acho que pela primeira vez na vida, pude realmente sentir claramente os efeitos desse poder.

Os mais exaltados dirão que a Globo é um grande mal. Que temos que fazer uma campanha de conscientização da população pra parar de assistir a sua programação, etc e tal.

Não acredito que seja assim. Já presenciei muitas coisas boas produzidas e exibidas por ela. Acho que o padrão Globo de qualidade é de primeiríssimo mundo mesmo e temos sim alguns programas de qualidade.

O que lamento é o excesso de novelas. Isso sim é prejudicial à saúde, especialmente a mental.

Antes de sair de casa, só pra exemplicar, estava assistindo a um programa maravilhoso sobre literatura, num canal de TV por assinatura. Assistir um filme, ler um livro, caminhar, enfim, opções não faltam.

Nélson Rodrigues disse certa vez que toda unanimidade é burra. Se isso é realmente verdadeiro, acho que estamos caminhando a passos largos pra um emburrecimento irreversível...

CURTINHAS:

* Sensacional o show de ontem do Bazar Pestana, nova banda dos meus amigos Léo Consule e Luíza Regattieri. Hoje tem mais: 16h na praça de alimentação do Niterói Shopping. Entrada franca. É chegar e conferir!!!

* Galera das Alterosas: segura a onda pois o Flusão tá chegando. O Independência vai ferver!!!




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Até quando esperar?

Mais um dia dos professores foi comemorado no último dia 15.

Foi??

Acho que não. Pelo menos pra nós que vivemos da educação, que estamos no dia-a-dia das escolas, não vejo grandes motivos para comemorações. Infelizmente perdura no Brasil a política do "para inglês ver". Ou para americano, francês, enfim, seja lá qual for a nacionalidade em foco, o resultado é sempre o mesmo: fala-se muito em educação mas, na prática, pouca coisa tem sido feita.
O professor é hoje, antes de tudo, um refém. E isso ocorre seja na rede pública ou na particular.

Ele é refém de uma escola que não lhe dá as condições ideais para desenvolver um trabalho digno.

Ele é refém (nessa não está sozinho) de uma política salarial infame que o faz ganhar um salário que, em outras autarquias, não é pago nem para servidores com ensino médio.

Ele é refém dos alunos que, abalisados por esse estatuto da criança e do adolescente (ECA é uma boa sigla pra ele, dada a sensação que nos provoca), só fazem desrespeitar não só os professores como o pessoal de apoio, tendo a certeza da impunidade.

Ele é refém dos pais que jogaram pra cima dele a tarefa de educar sozinho os filhos que eles colocaram no mundo.

Por isso, me vem essa pergunta, lembrando uma canção da Legião Urbana: até quando esperar? O Brasil, segundo ranking emitido pela Unesco ano passado(http://www1.folha.uol.com.br/saber/882676-brasil-fica-no-88-lugar-em-ranking-de-educacao-da-unesco.shtml), está em 88º lugar, uma situação alarmante.

Não é novidade pra ninguém que nenhum país do mundo conseguiu dar um salto qualitativo sem investimentos pesados em educação. Temas como sustentabilidade, energia renovável, entre outros, só conseguem ser colocados em prática quando existe compreensão do que eles representam, tanto do ponto de vista individual quanto social.

Espero que no próximo dia dos professores tenhamos o que comemorar!!!